sábado, 12 de novembro de 2011

A semelhança


Há muitos e muitos anos, existiu uma jovem, de nome Dandara, que tinha o dom da adivinhação. Sua fama percorreu os bairros da cidade onde morava e alcançou as regiões vizinhas. Assim, acabou o sossego dela e da família. Pessoas sedentas de informações faziam filas na porta da casa da jovem. Não aguentando atender tanta gente, ela adoeceu. Os curiosos irritavam-se quando lhes diziam que a moça estava acamada. Até que um dia, Dandara desapareceu. Sua família, amigos e conhecidos procuraram-na bastante tempo sem encontrá-la. Os pais viviam inconsoláveis, mas não perdiam a esperança de a filha retornar ao lar.      
No dia em que a jovem completaria vinte anos, chuva pesada escureceu a região. Sua mãe, ao entardecer, escutou um miado baixinho e insistente vindo da porta da sala. Abriu-a. Notou que respingos de chuva caíam sobre o jardim. A seguir, ela viu encolhido em cima do tapete um gato. Deixou-o entrar, enxugou-o e alimentou-o com leite fresco. Quando ele ficou totalmente seco, a mulher surpreendeu-se com a beleza do bichano. Pegou-o no colo e verificou que se tratava de gata. Tinha pelagem branca e volumosa, olhos grandes e verdes. De repente, ela se assustou, pois os olhos da gata eram iguais aos da filha desaparecida. E a gatinha olhava-a carinhosamente.
O pai e os irmãos de Dandara concordaram com tal semelhança. Parentes e amigos da família também falavam a mesma coisa a respeito dos olhos da gata que, ao passar dos dias, se mostrava muito inteligente e delicada. Tinha liberdade para fazer o que desejava e o lugar preferido para deitar-se era a cama de Dandara. A família achava que seu comportamento parecia humano. Concluiu, então, que Dandara renasceu na linda e carinhosa gatinha.      Acredite se quiser! 

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