“Não sintam vergonha quando, às vezes, os animais estão mais próximos de vocês do que as pessoas. Eles também são seus irmãos.” São Francisco de Assis *
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Tenho um ano de idade, mas como diz minha dona um ano de travessuras.
Bem... Pra ser honesto, ela tem razão, mas só um pouquinho. Não adianta reclamar e me pôr de castigo.Que castigo? Com vários brinquedos, fico num espaço grande composto de área, cozinha, quarto e banheiro. Nos meus primeiros meses de vida, permanecia calado por um tempo. De repente, começava a gritar. Aí, ela ia correndo me livrar do castigo.
Ah! O principal: sou um lindo cãozinho da raça Shih-tzu. Pelagem tricolor: branca, bege e preta.
Vou contar pra vocês o que aconteceu comigo desde o momento em que eu e minha irmã fomos deixados num petshop à espera de um comprador.
--*--
Minha irmã rapidamente arranjou um dono, e eu continuei dentro do cercado sozinho durante uns dias. Estava desanimado quando ouvi:
– Nelma, venha ver o cachorrinho que você quer comprar!
Em seguida, essa pessoa me pegou no colo e me fez carinho. Agora vou sair daqui! Exultei com a ideia! Nelma perguntou:
– É fêmea?
– Não! – a outra respondeu.
– Já disse que prefiro fêmea!
Que antipatia! Por que a clientela da loja prefere fêmea? Pois eu tenho orgulho de ser macho! O papo entre as duas prosseguiu:
– Deixa de bobagem, Nelma! Este cachorrinho é lindo!
– Por que você não o compra, Mara?
– Agora, não!
– Então vamos embora!
Mara cuidadosamente me colocou no cercado, afagou minha cabeça e disse que eu ia encontrar um bom dono.
Elas saíram, e eu continuei ali muito triste.
Talvez Mara tivesse razão, mas esse bom dono tinha de aparecer depressa; caso contrário, não aguentaria por muito tempo aquela situação.
No próximo capítulo o que o destino me reserva.
* Foi um frade italiano.
* Foi um frade italiano.
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