quarta-feira, 14 de março de 2012

MEU NOME É YAN (Sou o cachorrinho mais levado do planeta)

"Os animais foram criados pela Mão caridosa de Deus, a mesma que nos criou... É nosso dever protegê-los e promover seu bem-estar."  Madre Teresa de Calcutá *




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Os cachorros da minha raça têm problemas nos olhos e usam colírio. Eu não fugi à regra. Além do colírio, Nelma limpa meus olhos com soro fisiológico. Não gosto! No início, dava trabalho pra que ela seguisse a ordem da médica veterinária. Embora eu ficasse contrariado, depressa esquecia tudo e continuava aprontando!
Durante um tempo, a decoração de nossa casa sofreu algumas modificações por minha causa. Na mesa do centro da primeira sala, Nelma tirou os enfeites porque com a patinha jogava tudo em cima do tapete. Na mesa da sala de almoço, só colocava toalha na hora das refeições e me deixava longe da sala, senão com a boca puxava a toalha para o chão e o que estivesse sobre ela.
Tinha uma cama em que nunca me deitei, arrastava-a pela casa. Quando cresci um pouco, ganhei um sofá que pode virar cama. Também não usei. Nelma dizia que ele era bonito, azul com estampa colorida de animais, carrinhos e outras figuras. Apesar de as tentativas, não estraguei o sofá. Nelma colocou-o fora de meu alcance na esperança de que um dia eu durma nele. No seu escritório, só entro acompanhado, pois os fios do computador me atraem. Minha intenção é brincar com eles, mas todos garantem que vou estragá-los. Acho que é implicância comigo. Estou errado? Eu dou motivos pra Nelma me considerar um cãozinho especial. Tenho certeza disso!
Minha dona é muito religiosa. Pra que eu não fizesse barulho na hora da novena que acompanha diariamente, ela me levava para o quarto e antes de ligar a televisão me mandava permanecer quieto. E não é que eu a obedecia?
Hoje, não há necessidade de recomendação, assisto à novena diariamente e, aos domingos, à missa e à novena sem dar um pio. Difícil de acreditar, hem? Mas é a pura verdade!
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Na nova moradia, encontrei duas cachorras que têm uma casa de madeira no quintal: Kika, adulta e Cacau meses mais velha do que eu. Pra Nelma, elas são da raça pura brasileira. As outras pessoas as chamam de vira-lata. Fiz amizade com Cacau. A gente brincava quando ela ia à varanda com a Kika. Isto acontecia raramente. Minha dona tinha medo de que Cacau me machucasse com suas unhas grandes e afiadas. Tantos cuidados atrapalhavam, ou melhor, atrapalham meu viver!
Nelma ama os animais e sofre quando os vê sofrendo. Acho que é por isto que não consegue nos educar. Nós fazemos o que desejamos, e quando a arte ultrapassa a barreira da tolerância é um “deus nos acuda”!
Sufoco no capítulo de 6ª-feira. Confiram!
* Nascida na República da Macedônia e naturalizada indiana. Prêmio Nobel da Paz – 1979.

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