sexta-feira, 16 de março de 2012

MEU NOME É YAN (Sou o cachorrinho mais levado do planeta)


MEU NOME É YAN (Sou o cachorrinho mais levado do planeta)
“Falai aos animais, em lugar de lhes bater.”                               
                                                                              Leon Tolstoi *



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A Kika quando foi morar com a Nelma já era adulta, daí não lhe deu nenhum trabalho. Ao contrário de Cacau que ainda bebê fez muitas artes. Embora ela fosse constantemente ameaçada de apanhar, jamais levou uma surra! Minha dona vive dizendo: “Yan, vou lhe dar uns tapas!”, mas nunca me bateu. 
Eu dentro e fora de casa tenho de ser vigiado por causa dos móveis, dos arranjos e das plantas; Cacau do lado de fora destruindo arbustos, flores, comendo terra e puxando roupa do varal. Que turminha brava, hem!
As pessoas que lidam com os cães sabem que eles são levados e desobedientes na infância, portanto não deviam se aborrecer com suas estripulias. Não as entendo!
A vida de animal de estimação é repleta de novidades pra nós e nossos donos. As travessuras às vezes lhes dão prejuízo, mas a maioria acaba se conformando, pois nos ama e tem paciência com a gente. Em contrapartida, desde pequeninos, os cães amam incondicionalmente seus donos; sentem sua falta; acham que eles são os mais bonitos do mundo; se castigados não guardam rancor; não podem viver sem sua companhia; levam a vida do jeito que eles querem; são carinhosos e gostam de carinho; protege-os mesmo sendo do meu tamanho, pois tenho dentes bem afiados.
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Quando bebê não gostava de tomar banho. Não era por causa da água, mas por causa do barulho do secador. No dia do banho, aos sábados, ao ver Melissa, fugia dela.
Certa vez, fiz algo que um cachorrinho educado não faz. A Nelma ficou brava na hora, mas depois achou graça.
Vocês sabem que os cães da raça Shih-tzu gostam que cocem sua barriguinha. Nessas ocasiões, deitamos de barriga pra cima. Mas naquele dia, minha intenção não era receber carinho de Melissa. Assim que me deitei de costas, ela coçou minha barriga. Súbito, um jato de xixi jorrou pra cima e caiu em seu braço. Melissa não se aborreceu comigo. Pelo contrário, desculpou-me por saber que eu detestava banho. Limpou-se, pegou-me no colo, enfiou-me na gaiola que fica no banco de trás de seu carro. Logo chegamos ao local apropriado pra banho e tosa de animais. Começa o sufoco: Água jorrando em quantidade absurda em cima de mim. Sou obrigado a fechar os olhos por causa daquele mundo de espuma que não acaba nunca! Esfrega daqui, esfrega dali! O barulho do secador é insuportável! Depois de uma hora, penso que estou livre, mas falta o enfeite que prende os meus maravilhosos pelos no alto da cabeça. Saio de lá limpo, seco e perfumado. Quando chego, Nelma me abraça e diz que estou lindo! Eu sei o que passo todas as semanas nas mãos de Melissa pra ficar daquele jeito!

Conheçam na 2ª-feira (19/03/12) meus vizinhos do mundo animal.
* Escritor, pensador e militar russo.

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